:: TEXTOS QUE FALAM POR MIM :: ^^ By Dinho ^^

Para vc que gosta daqueles lindos TEXTOS: Românticos, Filosóficos, Poéticos, Teatrais, Engraçados, de Sua Autoria, Cronicas, Lendas, Fábulas... SEJAM BEM VINDOS, PARTICIPEM e DIVULGUEM entre os AMIGOS. UM GRANDE ABRAÇO!!! Obrigado por prestigiarem o Blog da COMUNIDADE das Mulheres e Homens mais lindos e inteligentes do Orkut. ^^ Música incidental: Rosa (Pixinguinha, na voz de Marisa Monte) ^^ (((☆Ðinђσ¹³:))) Criador da Comunidade e do Blog =]

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domingo, julho 30, 2006

Coletânia Mário Quintana:










A Rua dos Cataventos

"Escrevo diante da janela aberta.
Minha caneta é cor das venezianas:
Verde!... E que leves, lindas filigranas
Desenha o sol na página deserta!

Não sei que paisagista doidivanas
Mistura os tons... acerta... desacerta...
Sempre em busca de nova descoberta,
Vai colorindo as horas quotidianas...

Jogos da luz dançando na folhagem!
Do que eu ia escrever até me esqueço...
Pra que pensar? Também sou da paisagem...

Vago, solúvel no ar, fico sonhando...

E me transmuto... iriso-me... estremeço...
Nos leves dedos que me vão pintando!"


Poeminha do Contra

"Todos estes que aí estão
Atravancando o meu caminho,
Eles passarão.
Eu passarinho! "



Amar:

"Fechei os olhos para não te ver
e a minha boca para não dizer...
E dos meus olhos fechados
desceram lágrimas que não enxuguei,
e da minha boca fechada nasceram sussurros
e palavras mudas que te dediquei...
O amor é quando a gente mora um no outro."

sábado, julho 29, 2006

Para Erico Veríssimo

"O dia abriu seu pára-sol bordado
De nuvens e de verde ramaria.
E estava até um fumo, que subia,
Mi-nu-ci-o-sa-men-te desenhado.
Depois surgiu, no céu azul arqueado,
A Lua - a Lua! - em pleno meio-dia.
Na rua, um menininho que seguia
Parou, ficou a olhá-la admirado...
Pus meus sapatos na janela alta,
Sobre o rebordo...
Céu é que lhes falta
Pra suportarem a existência rude!
E eles sonham, imóveis, deslumbrados,
Que são dois velhos barcos, encalhados
Sobre a margem tranqüila de um açude..."
Mário Quintana

sexta-feira, julho 21, 2006

MEUS PARENTES MORRERAM (Gibran, in Temporais, p.81)


Meus parentes estão mortos e vivo a chorá-los, na minha solidão e isolamento.
Meus amados estão mortos e o seu desaparecimento mergulhou a minha vida na desgraça.
Meus parentes estão mortos e as suas lágrimas e o seu sangue mancham os prados da minha terra e eu estou aqui, vivendo como vivia quando meus parentes e amados estavam sentados no trono da vida e a minha terra estava iluminada pelo sol.
Meus parentes morreram de fome e quem não morreu de fome, morreu pelo fio da espada e eu, vivo neste país longínquo, no meio de um povo alegre e satisfeito, que tem alimentos fartos e camas macias.
Meus parentes morreram de morte humilhante e eu vivo na paz e na abundância. Eis o drama que se desenrola no palco da minha alma.
Se estivesse esfomeado e perseguido, no meio da minha gente esfomeada e perseguida, os dias seriam menos pesados sobre o meu peito e as noites, menos escuras aos meus olhos, pois quem partilha do flagelo dos seus, sente o consolo que nasce do martírio e se orgulha de morrer inocente, entre os inocentes.
Mas não estou no meio do meu povo esfomeado, oprimido e martirizado. Estou aqui, além dos sete mares, protegido pela segurança, provido de todos os bens. Estou longe da tortura e dos torturadores e de nada posso me glorificar - nem mesmo das minhas lágrimas.
E o que pode o exilado distante fazer por seus parentes flagelados?
Sim, de que servem as elegias e o pranto do poeta?
Se eu fosse uma espiga de trigo no solo da minha pátria, o menino faminto me arrancaria e afastaria a sombra da morte com os meus grãos.
Se eu fosse um fruto maduro no jardim do meu país, a mulher prostrada me apanharia e me comeria para recuperar as suas forças.
Se eu fosse um passarinho, no céu da minha terra, o homem famélico me cacaria e com a minha carne, afastaria a invasão do túmulo em seu corpo.
Mas, ai! Não sou nem uma espiga de trigo, nem um fruto maduro na minha terra. E eis a minha infelicidade. Uma infelicidade muda, que me faz sentir pequeno, diante de mim mesmo e diante das sombras da noite.
Eis o drama doloroso que encadeia a minha língua e as minhas mãos e me deixa extenuado, vazio, sem vontade, sem iniciativa.
Dizem-me: "A desgraça da tua terra nada mais é do que um aspecto da desgraça universal e as lágrimas e o sangue que foram vertidos no teu país são apenas algumas gotas do rio de sangue e lágrimas que corre dia e noite nos vales e planícies da Terra".

Sim, mas a desgraça do meu povo é uma desgraça muda, preparada e executada por serpentes, nas trevas e no sigilo.
Se o meu povo se tivesse revoltado contra governantes tirânicos e tivesse perecido inteiramente na rebelião, diria eu que a morte pela liberdade é mais honrosa do que a vida na submissão. E quem penetra na eternidade de espada na mão, torna-se imortal - como a justiça é imortal.
Se o meu país tivesse tomado parte na luta das nações e perecido no campo de batalha, eu diria que a tempestade arranca na sua passagem os ramos verdes e os ramos secos e, que a morte na tempestade é mais honrosa que a morte na apatia da velhice.
Se um terremoto houvesse assolado a minha pátria e enterrado sob os seus escombros meus parentes e bem amados, eu diria que as leis ocultas obedecem a uma vontade superior 'a vontade humana e não devemos procurar penetrar nos seus mistérios.
Mas meus parentes não morreram numa rebelião, nem no campo de batalha, nem num terremoto.
Meus parentes morreram crucificados.
Morreram nas mãos estendidas para o Oriente, e o Ocidente, de olhos fitos na escuridão do espaço.
MORRERAM NO SILÊNCIO, POIS OS OUVIDOS DA HUMANIDADE SE FECHARAM PARA SEUS APELOS E GRITOS.
Morreram, porque não aceitaram aliar-se aos seus inimigos, como covardes; nem renegar seus amigos, como traidores.
Morreram porque não eram CRIMINOSOS.
Morreram porque eram pacíficos.
Morreram de fome na terra onde jorram o mel e o leite.
Morreram porque os demônios roubaram os produtos de seus campos e os rebanhos, de seus pastos.
Morreram porque as serpentes sopram o seu veneno na atmosfera, que antes era perfumada pelo hálito dos cedros e das rosas e do jasmin.

Meus e vossos parentes morreram, ó meus irmãos e compatriotas! Que podemos fazer por quem não morreu com eles?
Nossos lamentos não satisfarão a sua fome. Nossas lágrimas não aplacarão a sua sede. Deixá-los-emos perecer, sem fazermos uma tentativa para salvá-los?
Permaneceremos hesitantes, duvidosos, preguiçosos, distraídos do seu grande drama, pelas futilidades da vida?
O sentimento que nos leva a dar algo da nossa vida para salvar os que correm o risco de perder toda a sua é o único gesto que nos manterá dignos da luz do dia e da quietude da noite.
E o auxílio que colocamos na mão vazia que se estende para nós é o elo de ouro que ligará o que há de humano em nós, aos valores supra-humanos da vida.

(*N.T. Mansour Chalita: Durante a 1a guerra mundial o LÍBANO foi barbaramente castigado pelos turcos, por sua lealdade para com os seus aliados ocidentais [adivinhem?], sendo-lhes imposto um cerco total que impedia a chegada de qualquer alimento. Este cerco, tornado mais trágico pela invasão dos gafanhotos, que arrasou todas as plantações, provocou uma fome generalizada que levou para o túmulo mais de um quarto da população. Gibran vivia então nos Estados Unidos. A tragédia inspirou-lhe este artigo, MEUS PARENTES MORRERAM {pág. 81} e o intitulado "Nas trevas da noite", ambos do Livro "Temporais").

Foto: Ataque terrorista de Israel ao Líbano, onde crianças e civis de todas as nacionalidades, inclusive brasileiros, estão sendo mortos nos atentados.

http://port.pravda.ru/mundo/13-07-2006/11949-libano-0

domingo, julho 16, 2006

O bicho (Manoel Bandeira)



Vi ontem um bicho
Na imundície do pátio
Catando comida entre os detritos.

Quando achava alguma coisa,
Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.



O bicho não era um cão,
Não era um gato,
Não era um rato.



O bicho, meu Deus, era um homem.

Pintura Superior: Comendo lixo, Claudio Canato

sábado, julho 15, 2006

Ou Isto ou Aquilo (Cecília Meirelles)

Ou se tem chuva e não se tem sol,
ou se tem sol e não se tem chuva!
Ou se calça a luva e não se põe o anel,
ou se põe o anel e não se calça a luva!
Quem sobe nos ares não fica no chão,
quem fica no chão não sobe nos ares.
É uma grande pena, que não se possa
estar ao mesmo tempo em dois lugares!

Ou guardo o dinheiro e não compro o doce,
ou compro o doce e gasto o dinheiro.
Ou isto ou aquilo: ou isto ou aquilo...
E vivo escolhendo o dia inteiro!
Não sei se brinco, não sei se estudo,
se saio correndo ou fico tranqüilo.
Mas não consegui entender ainda
qual é melhor: se é isto ou aquilo?

sexta-feira, julho 14, 2006

Vou-me embora pra Pasárgada (Manuel Bandeira)

Vou-me embora pra Pasárgada
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada




Vou-me embora pra Pasárgada
Aqui eu não sou feliz
Lá a existência é uma aventura
De tal modo inconseqüente
Que Joana a Louca de Espanha
Rainha e falsa demente
Vem a ser contraparente
Da nora que eu nunca tive

E como farei ginástica
Andarei de bicicleta
Montarei em burro brabo
Subirei no pau-de-sebo
Tomarei banhos de mar!
E quando estiver cansado
Deito na beira do rio
Mando chamar a mãe-d'água
Pra me contar as histórias
Que no tempo de eu menino
Rosa vinha me contar
Vou-me embora pra Pasárgada


Em Pasárgada tem tudo
É outra civilização
Tem um processo seguro
De impedir a concepção
Tem telefone automático
Tem alcalóide à vontade
Tem prostitutas bonitas
Para a gente namorar

E quando eu estiver mais triste
Mas triste de não ter jeito
Quando de noite me der
Vontade de me matar
— Lá sou amigo do rei —
Terei a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada

quinta-feira, julho 13, 2006

Ninguém (Atribuída a Nietzsche)


"Ninguém pode construir em teu lugar as pontes que precisarás passar para atravessar o rio da vida. Ninguém, exceto tu, só tu.

Existem, por certo, atalhos sem número e pontes e semideuses que se oferecerão para levar-te além do rio, mas isso te custaria a tua própria pessoa: tu te hipotecarias e te perderias.

Existe no mundo um único caminho por onde só tu podes passar. Aonde leva? Não perguntes, siga-o!"

quarta-feira, julho 12, 2006

Sensation (Arthur de Rimbaud)




Pas les beaux soirs d’été, j’irai dans les sentiers; Picoté par les blés, fouler l’herbe menue: Rêveur, j’en sentirai la fraîcheur à mes pieds: Je laisserai le vent baigner ma tête nue. Je ne parlerai pas, je ne penserai rien…Mais un amour immense entrera dans mon âme; Et, j’irai loin, bien loin; comme un bohémien; Par la Nature, — heureux comme avec une femme!

Nas belas tardes de verão, pelas estradas irei, Roçando os trigais, pisando a relva miúda: Sonhador, a meus pés seu frescor sentirei: E o vento banhando-me a cabeça desnuda.Nada falarei, não pensarei em nada: Mas um amor imenso me irá envolver, E irei longe, bem longe, a alma despreocupada, Pela Natureza — feliz como com uma mulher.

ARTHUR DE RIMBAUD

terça-feira, julho 11, 2006

José (Carlos Drummond de Andrade)

E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?
e agora, você?
você que é sem nome,
que zomba dos outros,
você que faz versos,
que ama, protesta?
e agora, José?

Está sem mulher,
está sem discurso,
está sem carinho,
já não pode beber,
já não pode fumar,
cuspir já não pode,
a noite esfriou,
o dia não veio,
o bonde não veio,
o riso não veio,
não veio a utopia
e tudo acabou
e tudo fugiu
e tudo mofou,
e agora, José?

E agora, José?
Sua doce palavra,
seu instante de febre,
sua gula e jejum,
sua biblioteca,
sua lavra de ouro,
seu terno de vidro,
sua incoerência,
seu ódio e agora?

Com a chave na mão
quer abrir a porta,
não existe porta;
quer morrer no mar,
mas o mar secou;
quer ir para Minas,
Minas não há mais.
José, e agora?

Se você gritasse,
se você gemesse,
se você tocasse
a valsa vienense,
se você dormisse,
se você cansasse,
se você morresse...
Mas você não morre,
você é duro, José!

Sozinho no escuro
qual bicho-do-mato,
sem teogonia,
sem parede nua
para se encostar,
sem cavalo preto
que fuja a galope,
você marcha, José!
José, para onde?

segunda-feira, julho 10, 2006

Ilusões de Vida (Francisco Otaviano)

Quem passou pela vida em branca nuvem
E em plácido repouso adormeceu;
Quem não sentiu o frio da desgraça,
Quem passou pela vida e não sofreu,
Foi espectro de homem - não foi homem,
Só passou pela vida - não viveu.




domingo, julho 09, 2006

Canção do Exílio (Gonçalves Dias)


"Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.

Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.

Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar — sozinho, à noite —
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu'inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá."


Foto by Leda Morgana, minha bruxinha favorita.

sábado, julho 08, 2006

O segredo é não correr atrás das borboletas (Mário Quintana)


"Com o tempo você vai percebendo que para ser feliz com outra pessoa, você precisa em primeiro lugar, não precisar dela. Percebe também que aquela pessoa que você ama ou acha que ama, e que não quer nada com você, definitivamente, não é a pessoa da sua vida. Você aprende a gostar de você, a cuidar de você e, principalmente, a gostar de quem também gosta de você. O segredo é não correr atrás das borboletas... é cuidar do jardim para que elas venham até você. No final das contas, você vai achar não quem você estava procurando, mas quem estava procurando por você..!"

Quintana e' o maximo, nao? E gostaram da musica de fundo? Bom sabado a todos!
* Foto da comunidade de mesmo nome, no Orkut.

sexta-feira, julho 07, 2006

O Navio Negreiro (Castro Alves)


I

'Stamos em pleno mar... Doudo no espaço
Brinca o luar -- dourada borboleta;
E as vagas após ele correm... cansam
Como turba de infantes inquieta.

'Stamos em pleno mar... Do firmamento
Os astros saltam como espumas de ouro...
O mar em troca acende as ardentias,
-- Constelações do líquido tesouro...

'Stamos em pleno mar... Dois infinitos
Ali se estreitam num abraço insano,
Azuis, dourados, plácidos, sublimes...
Qual dos dous é o céu? qual o oceano?...

'Stamos em pleno mar. . . Abrindo as velas
Ao quente arfar das virações marinhas,
Veleiro brigue corre à flor dos mares,
Como roçam na vaga as andorinhas...

Donde vem? onde vai? Das naus errantes
Quem sabe o rumo se é tão grande o espaço?
Neste saara os corcéis o pó levantam,
Galopam, voam, mas não deixam traço.

Bem feliz quem ali pode nest'hora
Sentir deste painel a majestade!
Embaixo -- o mar em cima -- o firmamento...
E no mar e no céu -- a imensidade!

Oh! que doce harmonia traz-me a brisa!
Que música suave ao longe soa!
Meu Deus! como é sublime um canto ardente
Pelas vagas sem fim boiando à toa!

Homens do mar! ó rudes marinheiros,
Tostados pelo sol dos quatro mundos!
Crianças que a procela acalentara
No berço destes pélagos profundos!

Esperai! esperai! deixai que eu beba
Esta selvagem, livre poesia
Orquestra -- é o mar, que ruge pela proa,
E o vento, que nas cordas assobia...
..........................................................

Por que foges assim, barco ligeiro?
Por que foges do pávido poeta?
Oh! quem me dera acompanhar-te a esteira
Que semelha no mar -- doudo cometa!

Albatroz! Albatroz! águia do oceano,
Tu que dormes das nuvens entre as gazas,
Sacode as penas, Leviathan do espaço,
Albatroz! Albatroz! dá-me estas asas.

II

Que importa do nauta o berço,
Donde é filho, qual seu lar?
Ama a cadência do verso
Que lhe ensina o velho mar!
Cantai! que a morte é divina!
Resvala o brigue à bolina
Como golfinho veloz.
Presa ao mastro da mezena
Saudosa bandeira acena
As vagas que deixa após.

Do Espanhol as cantilenas
Requebradas de langor,
Lembram as moças morenas,
As andaluzas em flor!
Da Itália o filho indolente
Canta Veneza dormente,
-- Terra de amor e traição,
Ou do golfo no regaço
Relembra os versos de Tasso,
Junto às lavas do vulcão!

O Inglês -- marinheiro frio,
Que ao nascer no mar se achou,
(Porque a Inglaterra é um navio,
Que Deus na Mancha ancorou),
Rijo entoa pátrias glórias,
Lembrando, orgulhoso, histórias
De Nelson e de Aboukir.. .
O Francês -- predestinado --
Canta os louros do passado
E os loureiros do porvir!

Os marinheiros Helenos,
Que a vaga jônia criou,
Belos piratas morenos
Do mar que Ulisses cortou,
Homens que Fídias talhara,
Vão cantando em noite clara
Versos que Homero gemeu ...
Nautas de todas as plagas,
Vós sabeis achar nas vagas
As melodias do céu! ...

III

Desce do espaço imenso, ó águia do oceano!
Desce mais ... inda mais... não pode olhar humano
Como o teu mergulhar no brigue voador!
Mas que vejo eu aí... Que quadro d'amarguras!
É canto funeral! ... Que tétricas figuras! ...
Que cena infame e vil... Meu Deus! Meu Deus! Que horror!

IV

Era um sonho dantesco... o tombadilho
Que das luzernas avermelha o brilho.
Em sangue a se banhar.
Tinir de ferros... estalar de açoite...
Legiões de homens negros como a noite,
Horrendos a dançar...

Negras mulheres, suspendendo às tetas
Magras crianças, cujas bocas pretas
Rega o sangue das mães:
Outras moças, mas nuas e espantadas,
No turbilhão de espectros arrastadas,
Em ânsia e mágoa vãs!

E ri-se a orquestra irônica, estridente...
E da ronda fantástica a serpente
Faz doudas espirais ...
Se o velho arqueja, se no chão resvala,
Ouvem-se gritos... o chicote estala.
E voam mais e mais...

Presa nos elos de uma só cadeia,
A multidão faminta cambaleia,
E chora e dança ali!
Um de raiva delira, outro enlouquece,
Outro, que martírios embrutece,
Cantando, geme e ri!

No entanto o capitão manda a manobra,
E após fitando o céu que se desdobra,
Tão puro sobre o mar,
Diz do fumo entre os densos nevoeiros:
"Vibrai rijo o chicote, marinheiros!
Fazei-os mais dançar!..."

E ri-se a orquestra irônica, estridente. . .
E da ronda fantástica a serpente
Faz doudas espirais...
Qual um sonho dantesco as sombras voam!...
Gritos, ais, maldições, preces ressoam!
E ri-se Satanás!...

V

Senhor Deus dos desgraçados!
Dizei-me vós, Senhor Deus!
Se é loucura... se é verdade
Tanto horror perante os céus?!
Ó mar, por que não apagas
Co'a esponja de tuas vagas
De teu manto este borrão?...
Astros! noites! tempestades!
Rolai das imensidades!
Varrei os mares, tufão!

Quem são estes desgraçados
Que não encontram em vós
Mais que o rir calmo da turba
Que excita a fúria do algoz?
Quem são? Se a estrela se cala,
Se a vaga à pressa resvala
Como um cúmplice fugaz,
Perante a noite confusa...
Dize-o tu, severa Musa,
Musa libérrima, audaz!...

São os filhos do deserto,
Onde a terra esposa a luz.
Onde vive em campo aberto
A tribo dos homens nus...
São os guerreiros ousados
Que com os tigres mosqueados
Combatem na solidão.
Ontem simples, fortes, bravos.
Hoje míseros escravos,
Sem luz, sem ar, sem razão. . .

São mulheres desgraçadas,
Como Agar o foi também.
Que sedentas, alquebradas,
De longe... bem longe vêm...
Trazendo com tíbios passos,
Filhos e algemas nos braços,
N'alma -- lágrimas e fel...
Como Agar sofrendo tanto,
Que nem o leite de pranto
Têm que dar para Ismael.

Lá nas areias infindas,
Das palmeiras no país,
Nasceram crianças lindas,
Viveram moças gentis...
Passa um dia a caravana,
Quando a virgem na cabana
Cisma da noite nos véus ...
... Adeus, ó choça do monte,
... Adeus, palmeiras da fonte!...
... Adeus, amores... adeus!...

Depois, o areal extenso...
Depois, o oceano de pó.
Depois no horizonte imenso
Desertos... desertos só...
E a fome, o cansaço, a sede...
Ai! quanto infeliz que cede,
E cai p'ra não mais s'erguer!...
Vaga um lugar na cadeia,
Mas o chacal sobre a areia
Acha um corpo que roer.

Ontem a Serra Leoa,
A guerra, a caça ao leão,
O sono dormido à toa
Sob as tendas d'amplidão!
Hoje... o porão negro, fundo,
Infecto, apertado, imundo,
Tendo a peste por jaguar...
E o sono sempre cortado
Pelo arranco de um finado,
E o baque de um corpo ao mar...

Ontem plena liberdade,
A vontade por poder...
Hoje... cúm'lo de maldade,
Nem são livres p'ra morrer. .
Prende-os a mesma corrente
-- Férrea, lúgubre serpente --
Nas roscas da escravidão.
E assim zombando da morte,
Dança a lúgubre coorte
Ao som do açoute... Irrisão!...

Senhor Deus dos desgraçados!
Dizei-me vós, Senhor Deus,
Se eu deliro... ou se é verdade
Tanto horror perante os céus?!...
Ó mar, por que não apagas
Co'a esponja de tuas vagas
Do teu manto este borrão?
Astros! noites! tempestades!
Rolai das imensidades!
Varrei os mares, tufão! ...

VI

Existe um povo que a bandeira empresta
P'ra cobrir tanta infâmia e cobardia!...
E deixa-a transformar-se nessa festa
Em manto impuro de bacante fria!...
Meu Deus! meu Deus! mas que bandeira é esta,
Que impudente na gávea tripudia?
Silêncio. Musa... chora, e chora tanto
Que o pavilhão se lave no teu pranto! ...

Auriverde pendão de minha terra,
Que a brisa do Brasil beija e balança,
Estandarte que a luz do sol encerra
E as promessas divinas da esperança...
Tu que, da liberdade após a guerra,
Foste hasteado dos heróis na lança
Antes te houvessem roto na batalha,
Que servires a um povo de mortalha!...

Fatalidade atroz que a mente esmaga!
Extingue nesta hora o brigue imundo
O trilho que Colombo abriu nas vagas,
Como um íris no pélago profundo!
Mas é infâmia demais! ... Da etérea plaga
Levantai-vos, heróis do Novo Mundo!
Andrada! arranca esse pendão dos ares!
Colombo! fecha a porta dos teus mares!

S. Paulo, 18 de abril de 1868.

quinta-feira, julho 06, 2006

Desiderata


Siga tranqüilamente entre a pressa e a inquietude, lembrando-se que há sempre paz no silêncio.
Tanto quanto possível, sem se humilhar, mantenha boas relações com todas as pessoas.
Fale a sua verdade mansa e claramente e ouça a dos outros, mesmo a dos insensatos e ignorantes, pois eles também têm sua própria história.
Evite as pessoas escandalosas e agressivas. Elas afligem o nosso espírito.
Se você se comparar com os outros, tornar-se-á presunçoso e magoado, pois haverá sempre alguém superior e alguém inferior a você.
Você é filho do Universo, irmão das estrelas e árvores. Você merece estar aqui e mesmo sem você perceber, a Terra e o Universo vão cumprir o seu destino.
Desfrute das suas realizações, bem como dos seus planos. Mantenha-se interessado em sua carreira, ainda que humilde, pois ela é um ganho real na fortuna cambiante do tempo.
Tenha cautela nos negócios, pois o mundo está cheio de astúcias, mas não se torne um cético porque a virtude sempre existirá.
Muita gente luta por altos ideais e em toda a parte a vida está cheia de heroísmo. Seja você mesmo, principalmente. Não simule afeição. Não seja descrente do amor, porque mesmo diante de tanta aridez e tanto desencanto ele é tão perene quanto a relva.
Aceite com carinho o conselho dos mais velhos e seja compreensivo com os arroubos inovadores da juventude.
Alimente a força do espírito que o protegerá no infortúnio inesperado, mas não se desespere com perigos imaginários. Muitos temores nascem do cansaço e da solidão, e a despeito de uma disciplina rigorosa. Seja gentil para consigo mesmo.
Portanto, esteja em paz com Deus como quer que você o conceba e quaisquer que sejam seus trabalhos e as aspirações.
Na fatigante confusão da vida, mantenha-se em paz com sua própria alma, apesar de todas as falsidades, fadigas e desencantos. O mundo ainda é bonito.
Seja prudente e faça tudo para ser feliz!


(Texto apocrifo, encontrado em uma igreja na idade media)

quarta-feira, julho 05, 2006

ENCÂNTICO (Marina Colasanti)

"Este texto é da Marina Colasanti. É uma das coisas mais bonitas que já li e que representa um sentimento de busca e entrega. Como estou aprendendo a conhecer o teu lado emocional, te dou ele de presente e sei que vais apreciar. Lê devagar, como se degustasses um bom vinho: não se fica de porre, mas a sensação é de estado-de-graça." (N.M.)


ENCÂNTICO (Marina Colasanti)

"Estou de partida. Breve, me mudarei para a curva do teu braço.




Busco a terra sem vento, a mansa terra do teu peito. E a batida surda e quente do magma mais profundo, para embalar o meu sono. Busco a tranqüilidade da enseada. Já conheci as águas que é preciso saber. Fui bem além das colunas de Hércules e há muito descobri que por mais longe o mar, jamais despenca. Sereia, lancei meu canto por entre espumas, encantei marinheiros. E eu própria naveguei, seguindo as estrelas do céu, contando as estrelas do mar, até chegar a portos dos quais nem suspeitava a existência.

Agora é tempo de lançar as tranças na água e deixar que se enlacem nos rochedos, ancorando-me ao meu destino. Escolho o teu lado esquerdo, onde me beija o sol poente. E espero que a tua mão direita amaine as minhas selas. Assim, acima do teu coração, encosto a cabeça. E pequena como um grão, deito raízes. Aprenderei a conhecer-te através da planta dos meus pés, como o cego sabe onde pisa, como o índio conhece a trilha? Se for mansa, a maré das colinas, terei certeza de que dormes, ou pensas em silêncio. Se, de repente, meu solo se encrespar, tangido por um vento só teu, será o frio que te toca. O medo, saberei no tremor subterrâneo. E quando o suor correr farto, enchendo rios sem peixes, ameaçando me levar, será tempo de calor, será o verão cantando na tua pele.
Aprenderei a tatear-te com as mãos, a procurar meus caminhos nos valões dos músculos. Fluirei devagar, dormirei nas axilas. Não preciso de casa. Não preciso de abrigo. A terra da tua carne é quente e nada me ameaça. Posso deitar-me nua, dormir tranqüila, ou ficar acordada, olhando para o alto. O céu é calmo, as nuvens passam, indo a outros lugares. Nenhuma traz a chuva, ou a tempestade. Não preciso de pente, não preciso de panos. O orvalho da tua pele me banha de manhã e a tua respiração arruma os meus cabelos. Só quero um cavalo. Galoparei com ele as dunas do teu corpo, descerei pelos braços, avançarei pelas mãos, arriscando-me à queda nos penhascos dos dedos. Explorarei o teu ventre, matarei a minha sede no poço do teu umbigo. E, armada de desejo, penetrarei na selva dos teus pelos, emaranhada e perfumada noite, delta dos sumos, labirinto que imperioso, me chama e suave, me perde. Só depois, percorridas as pernas, visitados os pés, voltarei corpo acima, ventre, peito, subindo em peregrinação até o pescoço, repousando no vale da omoplata.

Talvez leve um cantil para a dura escalada do teu queixo. Subirei com cuidado, usando como apoio os fios de barba, procurando a caverna das orelhas para repouso e abrigo. Barulho não farei, prometo. Nada que te perturbe. Talvez no dia seguinte, ou mais ainda, passando-se outro dia na difícil subida, eu procure chegar até teus olhos. Se estiverem fechados, sentarei com paciência, esperando o milagre da íris descoberta nascer do olho que se renova a cada despertar, astro de luz, surgindo sob o horizonte da pálpebra. Se estiverem abertos, sentarei à beira deste lago, fonte, olho d'água, encantada com a dança dos reflexos, ilusórios peixes, deslizando suas sombras sob um fundo sem algas. E haverá um momento em que, vencendo o medo, mergulharei na transparência, para nadar em direção ao redemoinho negro da pupila.

A aresta do nariz é perigosa. Eu bem conheço a sua linha sinuosa, sua falsa maciez sobre o duro arcabouço. Não convém que a acompanhe. Seguirei pelo lado, encostando-me às arestas, esgueirando-me para não ser tragada. Não tentarei desvendar o mistério do sopro. À boca, chegarei com respeito. Virei pelo canto, descendo ao lábio inferior, o mais carnudo. Avançarei deitada, rastejando-me de leve na pele úmida, até chegar à borda. E me debruçarei sobre as palavras. Breve me mudo para a curva do teu braço. Não saberei mais de você do que já sei. Nem você saberá mais de mim. Mas talvez assim perto, encostada na raiz do teu ser, eu possa me esquecer de onde começo e me esquecer em ti na minha entrega."

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Este texto é o mais LINDO que já li em toda a minha vida! É profundo, delicado, comovente. Tive a felicidade de recebê-lo manuscrito, como presente, de um amigo muito especial, N., de quem nunca me esquecerei. Senti-me tão honrado que o guardei dentro de um plástico(na ausência de uma redoma) como um troféu. Sobreviveu a muitas mudanças e o tenho por mais de dez anos, um pouco amarelado, é verdade, até hoje. E o guardarei para sempre. E o levarei em minha memória, quando chegar a hora da partida; Em estado-de-graça, como previu o meu querido amigo. É uma das minhas maiores riquezas e peço que seja tratado como tal por quem o copiar e/ou retransmitir, atribuindo-lhe os créditos devidos e incluindo a dedicatória do meu amigo. Nunca o encontrei antes na net. Dinho.

Soneto 11 (Luiz Vaz de Camões)

" Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer;

É um não querer mais que bem querer;
É solitário andar por entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder;

É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata lealdade.

Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
se tão contrário a si é o mesmo Amor? "

Renato foi um genio, que criou obras-primas e mesclou autores e textos maravilhosos em suas musicas... Ele citou este soneto em Monte Castelo: Corintios,13 + Soneto 11 de Camões.
Hoje sao 2 presentes p/vcs, pois nao postei ontem, espero que gostem!

domingo, julho 02, 2006

Vide Vida Marvada (Rolando Boldrin )


Corre um boato aqui donde eu moro
Que as mágoa que eu choro são mal ponteadas
Que no capim mascado do meu boi
A baba sempre foi santa e purificada
Diz que eu rumino desde menininho
Fraco e mirradinho a ração da estrada
Vou mastigando o mundo e ruminando
E assim vou tocando essa vida marvada

É que a viola fala alto no meu peito humano
E toda moda é um remédio pros meus desenganos
É que a viola fala alto no meu peito, mano
E toda mágoa é um mistério fora desse plano
Pra todo aquele que só fala que eu não sei viver
Chega lá em casa pruma visitinha
Que no verso e no reverso da vida inteirinha
Há de encontrar-me no cateretê

Tem um ditado dito como certo
Que cavalo esperto não espanta a boiada
E quem refuga o mundo resmungando
Passará berrando essa vida marvada
Cumpadi meu que inveieceu cantando
Diz que ruminando dá pra ser feliz
Por isso eu vagueio ponteando
E assim procurando minha flor-de-liz

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Vestido de caubói (acima, esquerda), Rolando Boldrin brilhou no TV de Vanguarda, na Tupi, em 1965. O sucesso como ator se repetiu como cantor e compositor e ele se tornou o maior divulgador da cultura caipira.

"Não há país no mundo igual ao Brasil. Somos a mistura mais maravilhosa da Terra."

Rolando Boldrin, apresentador do melhor programa cultural caipira brasileiro: Sr. Brasil, da TV Cultura.

"Sr. Brasil tem uma proposta absoluta e propositadamente fechada a exemplo dos programas anteriores de Rolando Boldrin "Som Brasil", "Empório Brasil" e outros. Aqui só entram as manifestações da cultura regional brasileira. Nem só isso... Entram causos, trechos de autores brasileiros - inclusive os clássicos -, dança, peças de teatro, documentários (de importância ecológica), curtas etc. Mais uma lista infindável, levando-se em conta a riqueza cultural e natural do Brasil, um país que por sua extensão e variedade, seria mais corretamente reconhecido como continente". (Fonte: Site da TV Cultura).

sábado, julho 01, 2006

Fanatismo (Florbela Spanca)


Minh’alma, de sonhar-te, anda perdida
Meus olhos andam cegos de te ver!
Não és sequer a razão do meu viver,
Pois que tu és já toda a minha vida!

Não vejo nada assim enlouquecida...
Passo no mundo, meu Amor, a ler
No misterioso livro do teu ser
A mesma história tantas vezes lida!

"Tudo no mundo é frágil, tudo passa..."
Quando me dizem isto, toda a graça
Duma boca divina fala em mim!

E, olhos postos em ti, digo de rastros:
"Ah ! Podem voar mundos, morrer astros,
Que tu és como Deus : Princípio e Fim!..."


O primeiro... ;)



Criançada... (Autor desconhecido)

Hoje, pelo menos hoje, eu queria que você fechasse seus olhos e lá no fundinho do seu coração encontrasse tudo que é bom no mundo.
Hoje, eu queria que você sentisse na sua boca todo o docinho gostoso que você tiver vontade de comer.
Não abra o olho agora... estique sua mão e vai tocar no pacotinho que tá bem do seu lado... é a felicidade.
Hoje, se você fechar seus olhos bem apertadinhos, lá longe vai ver os lugares mais lindos que você imagina, num reino de fadas e magias, onde tudo é possível.
Hoje, você vai se sentir a criança mais querida do mundo e vai se ver rodeado(a) de amigos.
No dia de hoje... tudo é possível!!!
Para vocês, que são uns amores de crianças (principalmente as crianças adultas), dou o meu presente especial:
Gotinhas de amor e felicidade! Junte-as no seu coração e vá usando aos pouquinhos!!!

Desejo isto do fundo do coração a todos os membros da Comunidade "TEXTOS QUE FALAM POR MIM", no Orkut e aos internautas que nos visitarem e vierem a ser nossos leitores!
Este TEXTO foi a minha primeira postagem no Tópico de mesmo nome, feita em homenagem ao Dia das Crianças, em 11.10.05 e serve para enaltecer a pureza da criança que existe em todos nós .